Quando paramos para observar o mundo o qual vivemos, é possível perceber que a agitação e correria atrás de produtividade, por exemplo, gira em torno do grande objetivo que é o de ganhar dinheiro e fazer com que as pessoas gastem dinheiro. O mundo capitalista no qual vivemos está sempre em busca de métodos e abordagens que façam as pessoas consumirem cada vez mais.
Com isso, entrando na seara dos estudos, a neurociência se torna uma excelente aliada para qualquer segmento que precise do entendimento mais completo da mente humana. Assim como a Programação Neurolinguística (PNL) e o Marketing Neurolinguístico, o Neuromarketing buscou os estudos da neurociência e comportamento humano para aumentar as vendas de produtos.
O que é Neuromarketing?
Primeiro, é bom deixar claro que o conceito de Neuromarketing se dá pela junção das seguintes palavras: neurociência e marketing. Quando pensamos na neurociência, deve-se saber que se trata da ciência que estuda o sistema nervoso e as suas funções, com o objetivo de entender melhor as funções do cérebro e o impacto do seu funcionamento no comportamento humano.

Já o conceito de marketing, naturalmente mais conhecido, se trata de estratégias empresariais com o foco em satisfazer os desejos e as necessidades de um público alvo, o mercado consumidor. Dessa forma, quando ambos os conceitos são agregados, é possível perceber que o intuito do neuromarketing se torna aperfeiçoar o marketing com base na ciência humana.
Com a aceleração de um mundo digital, o Neuromarketing chega como um estudo mais recente para atender melhor às demandas do mercado, principalmente o digital. Sendo assim, o Neuromarketing busca fazer uso das técnicas e conhecimentos da neurociência no marketing e comunicação, identificando as reações geradas no cérebro quando as pessoas recebem determinados estímulos.
Como surgiu o Neuromarketing?
Talvez você já tenha entendido que o Neuromarketing, de forma resumida, é uma área de estudo que existe para buscar melhorias em estratégias de marketing com a ajuda da neurociência. Porém, é importante entender de onde surgiu esse termo e quem foi a pessoa que o cunhou.
Durante o período da década de 90, esse termo foi visto primordialmente durante pesquisas acadêmicas realizadas por uma equipe de pesquisadores nos Estados Unidos. Tudo começou quando Gerald Zaltman, membro da equipe e médico e pesquisador da Universidade de Harvard, teve a ideia revolucionária de usar equipamentos de ressonância magnética dentro do campo do marketing.
Porém, por mais que ela tenha surgido neste período e por Zaltman e seu grupo, somente em meados de 2000 que o termo começou a chamar mais atenção para o mundo. Foi com um estudo publicado no jornal acadêmico Neuron, da Baylor College of Medicine, em Houston, Texas, das marcas Pepsi e Coca-Cola que consistia na experimentação de ambos os refrigerantes que isso aconteceu.
Estudo da Pepsi Coca-Cola
O estudo que foi feito com as marcas citadas fizeram com que cobaias experimentassem suas bebidas sem saber qual marca estava bebendo no momento. Assim, sem o conhecimento, acabou que 50% das pessoas responderam que a Pepsi era a melhor marca. Nesse caso, um estímulo relacionado à recompensa foi encontrado por meio de ressonância em uma região do cérebro.

Porém, esse número caiu para 25% depois que eles souberam qual marca estavam bebendo, e áreas relacionadas à capacidade cognitiva e à memória passaram a ser utilizadas. Ou seja, os consumidores estavam pensando na marca, em suas memórias e impressões sobre ela. Logo, o resultado leva a acreditar que essa preferência estava ligada ao reconhecimento da marca e não ao sabor de fato.
Como funciona o Neuromarketing?
O Neuromarketing chega com uma proposta de analisar todo tipo de reação aos estímulos visuais que o consumidor tem em relação a um produto ou serviço. Com esse tipo de análise feito, o profissional pode perceber qual o impacto emocional que uma marca, embalagem ou produto têm sob alguém. Tudo isso por meio de ferramentas tecnológicas associadas à percepção humana e suas reações.
Além disso, é importante ter em mente que esse estudo da neurociência aplicado ao marketing não visa apenas a criação de campanhas que aumentem vendas e números. O Neuromarketing se torna a ferramenta perfeita para não só aumentar o seu lucro, mas também buscar maneiras de agregar valor aos serviços, produtos, marcas e à relação entre empresa e consumidor.
Teoria do Cérebro Trino
Para que seja possível entender o funcionamento do Neuromarketing, é fundamental saber sobre alguns princípios e teorias básicas do funcionamento do cérebro humano. Com isso, vamos explicar um pouco sobre a Teoria do Cérebro Trino, que foi criada pelo estudioso Paul MacLean, neurocientista que divide o cérebro humano nas três seguintes partes:
Cérebro Reptiliano
Essa área do cérebro, também conhecida como cérebro instintivo, é responsável pelos reflexos ligados às emoções primárias. Ele é responsável por coordenar nossos instintos de sobrevivência e gerenciar funções fundamentais como segurança, sono e fome.
Cérebro Límbico
Responsável por gerenciar emoções e sensações mais complicadas relacionadas aos cinco sentidos, este é o segundo nível do cérebro. É nele que se localizam estruturas como o hipocampo, que controla a memória, onde temos um grande leque de informações armazenadas.
Neocórtex
Por fim, esta é a região do cérebro que diferencia os humanos dos outros animais. É no neocórtex que trabalham para regular as interações sociais e fornecem a capacidade de pensar de maneira lógica ou não. Além de também ser responsável por estimular a criatividade.
Dessa forma, utilizando como base as ferramentas tecnológicas da neurociência, é possível perceber quais são os estímulos que acionam cada uma das partes do nosso cérebro. Assim, essa expertise somada ao mundo do marketing e publicidade, é possível entender qual a maneira que o consumidor capta o seu produto ou anúncio.

Um bom exemplo a ser citado é a respeito da possibilidade de identificar se uma propaganda ou anúncio força o indivíduo a pensar mais antes de entender a mensagem, ou se ela aciona seu lado instintivo de imediato. Atualmente, esses dados são de grande valia para esses profissionais, permitindo direcionar as suas estratégias com mais assertividade.